“Dia 20 de novembro é dia de uma grande luta, marca a importância das discussões e ações para combater o racismo e a desigualdade social no país, fala também sobre o avanço na luta do povo negro e a celebração da cultura afro brasileira.” Vico Munhós
No primeiro distrito de Lavras do Sul, há aproximadamente 15 km da cidade, o Quilombo Corredor dos Munhós está localizado na região do Camaquã-Chico, conhecida como Mantiqueira.
O caminho até lá se faz cruzando campo: pegando a estrada pra Bagé é preciso entrar à esquerda no km 11, localidade do Corredor da Mantiqueira e de lá em diante o caminho passa por muitas porteiras. Essa é uma característica dos quilombos, locais que foram construídos pelos escravos fugidos da escravização em busca da liberdade.
Em Angola, país do continente africano, a palavra “quilombo” (kilombo) significa povoação ou fortaleza e era onde os guerreiros se preparavam para o combate. No Brasil Colônia, o significado do termo não era distante do proposto pelos quilombolas.
As terras do Quilombo Corredor dos Munhós eram da antiga fazenda de Zeferino Munhós de Camargo. O nome da comunidade deriva de um costume da época: os escravos eram chamados somente pelo nome e, na carta de alforria recebiam o sobrenome dos seus “donos”, no caso Munhós.
Essa é a origem do Fábio Daniel de Munhós, o Vico. Funcionário da vida toda e grande amigo do Assis Rodrigues Abascal, pai do Rafael e avô dos atuais proprietários do Grupo Abascal Rural.
Neste dia 20 de novembro, tão importante, onde a luta dos negros é lembrada e reverenciada, aproveitamos para dar um viva à família Munhós que sempre esteve ligada a história dos Abascal.
Atualmente, uma parte da família Munhós reside no Quilombo. São cinco famílias originadas dessa descendência e que desde 2015 se organizam através de uma associação. Sueli Munhós, atual diretora da Associação comenta que com a pandemia o grupo ficou sem atividades. “Na última quinta-feira voltamos a nos reunir, tivemos uma reunião e instituímos a nova gestão”.
A sede, que fica na casa da atual diretora, vai ser um espaço de resgate das memórias dos Munhós. “Pretendemos fazer na nossa sede uma árvore genealógica e mostrar para as novas gerações as nossas origens” finaliza Sueli.